segunda-feira, 21 de março de 2016

Livro: É melhor não saber




Título original: Never knowing
Autor: Chevy Stevens
Editora: Arqueiro
Páginas: 320
Assunto: Suspense / Policial




Apesar de se sentir amada pela mãe e pela irmã, Sara Gallagher tem problemas em se relacionar com o pai e sua irmã caçula. Desde que fora adotada, sente-se como uma intrusa, a animosidade só faz esse sentimento aumentar.

Com a aproximação da data de seu casamento decide investigar seu passado. Para sua surpresa não foi difícil descobrir o nome de sua mãe biológica, porém Julia, sua mãe, não estava preparada para esse reencontro.

"Quando lhe contei que tinha encontrado minha mãe, disse que isso era como andar sobre o gelo fino. Como cair diretamente na água gelada. Você luta para voltar a superfície, com os pulmões ardendo e concentrada naquele feixe de luz acima de você. Mas quando finalmente consegue chegar la, a água voltou a congelar e o buraco se fechou."

Sara na verdade é fruto de um estupro, seu pai biológico é o procurado Assassino do Acampamento, um serial killer conhecido pelas autoridades que jamais foi pego, a única vítima que sobreviveu a ele é Julia.

Aterrorizada, Sara acaba se envolvendo em um escândalo, misteriosamente sua história ganha proporções após ser divulgada na internet, logo todos querem conhecê-la, principalmente John, que vê a filha como salvação, sua última chance.

Em um jogo mortal, Sara teme pela sua vida e da filha pequena, John está disposto a tudo, sente necessidade de estabelecer laços, pra que isso ocorra ele não poupará vidas.

A polícia local acredita que é a única chance de parar o Assassino do Acampamento, Sara precisa arriscar tudo para ver o pai atrás das grades.

"Ao longo da minha infância, nos meus aniversários, eu ficava me perguntando o que minha mãe verdadeira estaria fazendo, imaginando se ela ao menos se lembraria da data. Agora o que me pergunto é se durante todos aqueles anos em que comemorei o dia do meu nascimento Julia estaria sendo torturada pelas memórias: lembranças de uma criança - eu - lutando para sair de seu corpo e de John lutando para entrar nele."

Narrado em primeira pessoa, a história começa com um ritmo bom, o contexto ganha o leitor nas primeiras páginas, porém lá pelo meio do livro a velocidade cai, passamos a desconfiar de tudo e de todos deixando a trama um pouco cansativa.

Ainda não consigo me decidir sobre os sentimentos que a protagonista gerou, na mesma hora em que nos comovemos com sua vida ela tem atitudes egoísta onde não conseguimos estabelecer uma relação para com ela. O lado policial também deixou a desejar, deixando a impressão de uma investigação amadora.

Os personagens em sua maioria são agridoce, com atitudes duvidosas, o vilão não é totalmente mau, assim como o mocinho não é um anjo de candura.

O desfecho também deixou alguns leitores revoltados, mas isso não ocorreu comigo, achei satisfatório. Um livro bom, que cumpre o propósito de entreter, todavia passa longe de ser uma obra prima da literatura.

"Então cortei o dedo. Enquanto o sangue jorrava, pensei: Corre em mim o sangue de um assassino."


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