Para comemorar vamos trazer aqui para vocês uma entrevista exclusiva com nossa amiga e parceira. Vamos conferir?
1) Como a literatura entrou em sua vida?
Quando criança meu apelido era Narizinho, por me parecer demais à época com a Rosana Garcia, atriz que interpretou a Narizinho na primeira versão exibida pela TV Globo do Sítio do Picapau Amarelo. Monteiro Lobato, com seu rico universo imaginário, é o primeiro autor de que me recordo ouvir histórias, quer seja através dos livros ou pela TV. Em nossa casa sempre teve muitos livros e a prática da leitura sempre foi incentivada. Ainda assim, nunca fui uma devoradora de livros como se diz na gíria, mas sempre guardei uma relação muita íntima com o papel e a caneta. A proximidade dos meus 40 anos trouxe consigo uma inquietude e despertou em mim a urgência por provar de outras paixões, de outras coisas que também me dão prazer, mas que ficaram em suspenso. E, de repente, lá estava eu me deixando levar por essas paixões, e aliando o prazer de viajar ao prazer de escrever. De viagem já comprada para NYC, acabei decidindo fazer desta um novo ponto de partida para mim. Eu me permiti!
2) Sabemos que além de escritora você também é médica. Como concilia as duas carreiras?
Não é tarefa fácil, mas tem sido extremamente prazeroso. Existe uma Carla antes e depois da escrita. Sou médica Intensivista, ou seja, me especializei no cuidado ao paciente crítico e meu ambiente de trabalho é a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Como o próprio nome da especialidade já diz, é intenso; e quando nos dispomos a viver a escrita, isso também é intenso. E é exatamente assim que eu sou! Digo em Perfume de Hotel - Nova Iorque, o primeiro livro da série PERFUME DE HOTEL, que “desde pequena não gosto de leite morno, e na vida, para mim, nada serve morno.”. A medicina sempre esteve presente na minha vida, desde os meus 3 anos de idade quando comecei a dizer que seria médica e, mesmo sem saber, a escritora também estava lá, ainda que adormecida. Em um determinado ponto da minha história a parte adormecida de mim despertou e passei a viver a médica-escritora que habitam em mim. Sigo inteira agora.
3) Pensou em escrever ficção?
A primeira escritora com quem tive contato quando iniciei meu trabalho como autora é uma escritora de ficção. Na ocasião ela me disse que o meu estilo de escrita era algo bem difícil de fazer. Como assim? Foi o que perguntei para ela. Minha escrita é pessoal, feita na primeira pessoa, de forma transparente, fluida, em tom de conversa. Isso para mim é tão natural que não pensei que pudesse ter qualquer grau de dificuldade para outros autores. Não tenho uma formação literária acadêmica; é à medida que as coisas vão acontecendo, que oportunidades vão surgindo, que eu vou aprendendo, me familiarizando mais com esse “mundo das letrinhas” como costumo dizer, e que vou me descobrindo como autora. Tornei-me cronista também; fui convidada para fazer uma obra biográfica e me identifiquei muito com essa outra forma de abordagem na escrita; terminei minha primeira obra fora da série PERFUME DE HOTEL, intitulada Um lugar chamado UTI; e estou nos ensaios do meu primeiro romance ficção. Mas preciso confessar, ficção sim é algo muito difícil de fazer (Rsrs).
4) Durante dois anos você escreveu Crônicas que foram publicadas aqui no Blog Relíquias. Pretende transformar esse material em um livro?
Claro! Esse é mais um dos muitos livros que pretendo publicar, até já tenho desenhado na minha cabeça a identidade que quero imprimir a esse trabalho. Espero que muito em breve possa tirar esse projeto da gaveta.
5) Em 2013 foi o lançamento de “Perfume de Hotel – Nova Iorque”, desde então o que mudou em sua vida?
Tudo (Rsrs). Agora, além do estetoscópio, o teclado do computador também é um poderoso instrumento de trabalho para mim. E uma das descobertas mais felizes que fiz recentemente é que posso trazer a minha experiência nesses mais de quinze anos de formada, a minha essência como médica para a minha escrita. Isso apenas reafirma a fala de Thomas Wolfe que cito na abertura de Perfume de Hotel - Nova Iorque: “Nós somos a soma de todos os momentos de nossas vidas, e quem se sentar para escrever vai usar o barro de sua própria vida, e não se pode evitar isso.”. Fazendo um trocadilho, a Carla escritora trouxe muito mais leveza a Carla médica, ao passo que, a Carla médica é fonte de uma profunda inspiração para a Carla escritora.
6) Quais seus planos para o futuro?
Como cito no prefácio de Perfume de Hotel - Nova Iorque: “Limitações são fronteiras criadas apenas pela nossa mente.”. Quero explorar cada vez mais a minha escrita, ser capaz de me reinventar como autora e de percorrer novos caminhos. A série PERFUME DE HOTEL chegou para ficar, porque “perfumes para mim nunca serão demais” [Perfume de Hotel - Chile ], mas já tem um novo trabalho fora dessa série vindo por aí, e isso, com certeza, é só o começo. Pela primeira vez estou indo autografar fora de casa, e espero que tenham muitos outros eventos como esse. Participei da Bienal Internacional do Livro de Alagoas no ano passado, aqui em Maceió, e vou participar pelo terceiro ano consecutivo da FLIMAR - Festa Literária de Marechal Deodoro - AL; pretendo estar cada vez mais inserida nesse circuito das Festas/Feiras Literárias e Bienais. Enfim, quero me comunicar com muitos leitores, falar com um grande público, surpreender e ser surpreendida.
7) Qual mensagem deixaria para autores iniciantes?
Acredite no seu potencial! Faça com prazer e faça bem feito! Corra atrás do seu sonho! Persista! Joanne Rowling, autora do fenômeno mundial Harry Potter, teve seus manuscritos recusados (várias vezes) inicialmente. Elizabeth Gilbert, autora do hipermega best-seller internacional Comer, Rezar, Amar, diz na Nota ao Leitor do livro que publicou em seguida a este boom literário: “Quando escrevi Comer, Rezar, Amar não havia a mínima possibilidade de prever nem de planejar uma reação tão avassaladora, e senti certa perplexidade ao tentar imaginar se, depois desse fenômeno, eu conseguiria voltar a escrever sem constrangimento, e no final, senti certo alívio quando admiti que não posso escrever um livro que satisfaça milhões de leitores, pelo menos, não de propósito.”. Ou seja, não se deixe intimidar por um (ou uns) sonoro NÃO. E não tem como prever a trajetória que o nosso livro terá depois que o libertarmos, isso está além da nossa conta. Mas, sobretudo, não tem “pó de pirlimpimpim” que nos faça viajar instantaneamente para onde queremos estar, o nome disso é TRABALHO. Fácil não é, mas também não é impossível. Eu acredito!
8) E para seus leitores?
Tenham sempre em mente que conhecimento é poder! A leitura é a forma mais poderosa de adquirirmos conhecimento. Além disso, ler nos permite dar asas ao mundo da imaginação e, claro, viajar sem sair do lugar. Então, fica aqui o convite para que vocês se entreguem a essa experiência, para que sintam o perfume, e apreciem a viagem que existe dentro de cada viagem. Leiam a série PERFUME DE HOTEL, afinal... QUEM RESISTE AO PODER DO PERFUME?
Você que mora no Rio de Janeiro, não deixe de prestigiar o trabalho da autora.
Beijos e Boa leitura!
Beijos e Boa leitura!
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