A calada da noite traz o silêncio, mas, muitas vezes, um agito irrompe o silêncio sem pedir licença, sacode e faz vibrar meu corpo inteiro, leva embora a calma.
A janela fechada já não me separa mais do mundo lá fora.
O corpo cansado jogado na cama, a cabeça recostada no travesseiro, os olhos pesados piscam sem cadência, mas a mente finge não saber e insiste em conversar, não quer descansar.
É madrugada... estou desperta. Tudo parece aflorar em mim.
Diz-se que na madrugada todos os gatos são pardos, mas eu consigo enxergar meus sentimentos, ouvir minhas falas, tudo com muito mais clareza, por além das sombras.
Pronto! Desfez-se a escuridão e a meia-luz no meu quarto meus pensamentos se amontoam e ganham vida no papel.
Mas a madrugada também é dos amantes, então, me ponho a amar.
E depois de chegar ao clímax, com o corpo agora anestesiado, consigo, enfim, reencontrar o silêncio e posso voltar a sonhar.
De repente, a madrugada já virou dia, é hora de levantar.
Mais um dia vem e a madrugada... a madrugada vai chegar.
Médica e autora do livro: Perfume de Hotel
contato@carlasgpacheco.com
0 comentários:
Postar um comentário
IMPORTANTE
- Não utilize esse espaço para divulgar resenhas e promoções (existe outras maneiras de divulgar seu trabalho), comente e deixe o link do seu blog que irei visitar;
- Os comentários são muito bem vindos e importantes, pois enriquecem o conteúdo;
- Se você quer receber a resposta por e-mail, assine com a sua Conta do Google e marque a caixa "Notifique-me".